GRETA E A ALEGADA EMERGÊNCIA CLIMÁTICA
Desde o lançamento de Uma Verdade Inconveniente em 2006 por Al Gore que a temática do clima está no topo da discussão mundial. Primeiro, com o célebre gráfico que mostrava a temperatura no planeta, desde o advento da revolução industrial, a subir drástica e subitamente numa correlação positiva com o início das emissões de Dióxido de Carbono (CO2) para a atmosfera derivadas directamente da acção humana. Um pouco mais tarde, em 2009, com a publicação na Internet de um enorme conjunto de emails do servidor da Unidade de Pesquisa Climática da Universidade de East-Anglia, naquilo que ficou conhecido como o Climategate, ficou lançada uma enorme dúvida sobre os dados que demonstram essa correlação positiva. Em particular após 1998 quando, de acordo com a maioria dos peritos mundiais, a tendência de aquecimento global deu lugar a uma certa estagnação, estagnação a qual - considerando que as emissões de CO2, em grande parte devido à crescente industrialização da China e da Índia, continuaram a subir exponencialmente - representou um problema grave para a coerência da tese presente no documentário de Al Gore. A partir daí, passou-se, inclusive, a falar de "alterações climáticas" ao invés de "aquecimento global".
Desde aí, grosso modo, a posição que defende a limitação das emissões de carbono tem dominado de forma avassaladora o debate. Com milhões lançados por diversos agentes, incluindo governamentais, em investigação, um novo ramo da ciência se desenvolveu com elevada rentabilidade desde aí: milhares de artigos científicos são publicados, desde previsões mais ou menos catastróficas oferecidas por modelos matemáticos até às relações da sociologia ou da psicologia com o clima, de tudo um pouco se tem visto. Paralelamente, à medida que a noção das alterações climáticas se enraizou na consciência colectiva do mundo Ocidental, os próprios agentes políticos a incorporaram nos seus discursos, programas e medidas políticas.
No entanto, nos últimos meses uma alteração ocorreu. Repentinamente, começámos a ouvir falar, não das "alterações climáticas", mas sim da "emergência climática". Ora, esta súbita mudança gerou em mim uma certa perplexidade. Por um lado, é plausível que aqueles que acreditam que o planeta caminha a todo o vapor rumo ao abismo possam pensar que estamos num estado de emergência. No entanto, por outro lado, considerando que não ocorreu nenhum desastre natural que comprove a tese, que não foi publicado nenhum estudo particularmente relevante que configure um game changer, ou decider, nesta matéria, ou seja, que nada de extraordinário aconteceu que justifique esta repentina emergência, como é possível que súbita e repentinamente todos os principais agentes políticos e mediáticos, em uníssono, falem de uma emergência climática como um dado adquirido? É a esta questão que o presente artigo procura dar resposta.
Ao que parece a estória começa com uma pequena rapariga de quinze anos que na Suécia, em 2018, resolveu começar sozinha uma greve pelo clima. Greta Thunberg, filha de uma cantora de ópera conhecida por ter participado no Festival da Eurovisão e de um actor de segunda linha sueco, primeiro ficou conhecida na Suécia através de um livro publicado pela sua mãe a propósito da dificuldade emocional de uma família lidar com o Síndroma de Asperger, condição da qual, segundo o livro, Greta padece. No entanto, foi como anónima que saltou para a ribalta ao tornar-se viral na Internet quando um post no Twitter da We Don't Have Time publicou convenientemente em inglês uma fotografia de Greta, aí descrita como uma rapariga sueca - supostamente desconhecida, portanto - à porta do parlamento sueco em "greve pelo clima".
Pergunta o post, "o quão solitária se deverá sentir" aquela rapariga, aparentemente desconhecida, mas desde logo com o seu perfil público no Twitter "taggado" no próprio post.
A primeira pergunta que se coloca de imediato é até que ponto estava Greta de facto sozinha?
Primeiro, há desde logo a empresa We Don't Have Time. Fundada por Ingmar Rentzog, um colaborador de Al Gore no Climate Reality Organization Leaders (fonte), aposta na criação de uma plataforma tipo-Trip Advisor que pretende atribuir um rating ambiental para todo o tipo de negócios. De acordo com o próprio Rentzog, o objectivo da plataforma será colocar todos os prestadores de serviços sob o escrutínio ambiental - leia-se, pegada ecológica - em função do qual serão avaliados e, consoante esta avaliação seja positiva ou negativa, premiados ou penalizados. A ideia já captou milhões de investimento (fonte) e terá, naturalmente, tudo a ganhar com uma campanha de marketing bem sucedida que leve os jovens a conhecer o seu projecto, bem como mais investidores a reconhecer a relevância do mesmo (fig.2).
Acresce que o director de marketing da We Don't Have Time, Marten Thorslund (fonte) foi o principal responsável por tirar todas as fotos iniciais de Greta que apareceram, primeiro, nas redes sociais e, depois, nos media. Aliás, logo no dia 23 de Agosto, apenas três dias após o post original de Greta sozinha às portas do parlamento, o mesmo Marten Thorslund publica logo um artigo onde coloca novas fotografias e, apesar de apenas três dias terem decorrido desde o início da acção, relata que Greta granjeia já um elevado número de apoiantes que se juntaram à greve (fonte) (fig.3).
Assim, numa primeira análise, aquilo que facilmente se comprova, e tal como vários artigos internacionais não deixaram de referir (ex.1 ; ex.2), dificilmente se poderá acreditar que o aparecimento de Greta foi alheio aos interesses da start up que, por intermédio do seu director de marketing, a lançou, desde as portas do parlamento sueco, passando pelo iate da família real do Mónaco, até Nova Iorque, para finalmente discursar nas Nações Unidas.
Mas há mais. Não só a aparição mediática de Greta parece ser orquestrada, como também o seu discurso nada tem de original, muito pelo contrário. Em 2016, Margaret Klein Salamon, uma psicóloga norte-americana doutorada em "psicologia do clima", publicou um ensaio baseado na sua investigação doutoral, intitulado Leading the Public Into Emergency Mode (LPE), em Português, 'Dirigindo o Público para Estado de Emergência' (PDF do documento em Inglês aqui).
Nesse ensaio, Salamon explica a razão pela qual é necessário ter uma abordagem psicológica para resolver a problemática das alterações climáticas. Segundo ela, o único evento histórico que apresenta semelhanças com as necessidades do momento presente foi a resposta dos EUA ao ataque a Pearl Harbour com a consequente entrada repentina na II Guerra Mundial, bem como o nível de mobilização de recursos a que a entrada na guerra obrigou. Segundo Salamon, a explicação para essa mobilização, prende-se com o facto do ataque a Pearl Harbour ter funcionado como um "interruptor" (LPE, p.14) que permitiu à nação entrar em "modo de colmeia" passando a sociedade, como um todo, a um estado mental de "um por todos e todos por um", estando todos a trabalhar para o bem do grupo e não olhando para os seus interesses individuais (LPE, p.14).
A este estado de simbiose colectiva chama Salamon "estado de emergência" e, de acordo com ela, é o estado a que os seres humanos acedem quando se deparam com emergências que obrigam a uma resposta rápida. Em particular, e relevante para o debate político, interessa aquilo a que Salamon chama de "emergências longas" (LPE, p.9), causadas por coisas como o cancro ou outros tipos de ameaças existenciais. A II Guerra Mundial foi precisamente um desses tipos de ameaça e, segundo Salamon, foi graças ao facto de o país ter entrado em modo de emergência longa que foi possível "aumentar impostos", suspender as corridas "Indy 500" ou "impor limites de velocidade" (LPE, p.17).
No fundo, o que se pretende, e como demonstra a fig.5, é colocar os indivíduos numa espécie de estado de alerta tão grande que, perante uma ameaça existencial, aceitem a necessidade de um governo hiper-dimensionado e ultra-interventivo que consiga coordenar, e forçar, esta enorme mobilização (LPE, p.35). Do mesmo modo, este modo de emergência não pode ser alcançado "de forma reflexiva" (LPE, p.20), ou seja, racionalmente, mas sim através da educação ou, talvez seja melhor dizer, do condicionamento psicológico.
Qual o objectivo que Salamon estabelece então? É o de criar as condições psicológicas necessárias para que a maioria da população percepcione um estado imediato de ameaça existencial que faça com que a população aceite em nome da salvação planetária um enorme esforço dirigido por um Estado que, chamando a si a direcção quase total da economia, guie a sociedade rumo a uma nova economia 100% neutra em termos de emissões de carbono. Espalhar o medo como forma de granjear apoio popular dificilmente será uma táctica nova, no entanto, considerando as ligações de Salamon na rede de ONG climáticas, bem como o gatilho que ela propõe para mobilizar a população, o ensaio torna-se particularmente relevante.
Qual é então esse gatilho psicológico que Salamon avança como forma de colocar o público em estado de emergência? Esse é estabelecido logo na primeira linha do seu ensaio: "imaginem que a vossa casa está a arder", começa ela, "o que é que vocês fazem?" (LPE, p.2). E depois explicita: de nada serve gritar que a casa está a arder e não oferecer uma solução (LPE, p.34). Há uma solução, e ela passa por entender, primeiro que há uma solução para esse fogo, mas, depois, essa solução só existe agora, e se agirmos já. (LPE, p. 35). Em suma, e foi precisamente a isso que Salamon se dedicou nos últimos anos, é preciso semear o pânico generalizado utilizando para esse efeito, por um lado, o argumento de que há uma emergência climática e popularizando a metáfora de que a nossa situação planetária é, ou deveria ser, exactamente a mesma que se a nossa casa estivesse a arder.
Entretanto, o leitor é capaz de ter reparado que esta narrativa da "casa está a arder" não lhe será completamente estranha. Ora, é que é esse precisamente o slogan de Greta Thunberg.
Mas a verdade é que Greta Thunberg não está sozinha.
Como um verdadeiro meme, o slogan faz o seu caminho, multiplicando-se em greves, manifestações e protestos internacionais. Nos EUA, directamente sob a batuta de levar a população para modo de emergência, e com a contribuição directa de Salamon, apareceram os Justice Democrats que tendo eleito, entre outros, Alexandra Ocasio-Cortez para o congresso dos Estados-Unidos, propuseram o Green New Deal, um programa que se estima que custe ao governo norte-americano mais de 70 biliões de dólares (NB: biliões europeus equivalem a triliões americanos, ou seja: milhões de milhões). Outros grupos que Salamon refere como parte da solução (LPE, p.38), são o Sunrise Movement, o Extinction Rebellion e, naturalmente, o próprio grupo que Salamon lidera em parceria com todos eles, The Climate Mobilization. Repare-se na fig.18 em quem é um dos responsáveis pelo corte de ruas na cidade de Lisboa na passada manifestação pelo clima: uma sucursal do Extinction Rebellion referido por Salamon no seu ensaio.
Perante um cenário de uma propaganda tão avassaladora que em cerca de três anos conseguiu colocar o Ocidente inteiro à beira de um ataque de nervos com uma emergência que, na realidade, nada fez existir para além da convicção de alguns activistas e empresários do clima de que ela deveria existir, a questão que subsiste é a de como foi possível que tantos meios fossem colocados ao dispor desta gigantesca acção de propaganda.
Aqui, parece-me, torna-se relevante analisar um documento lançado pelo Atlantic Council (AC)(sítio oficial), uma organização que visa encontrar oportunidades que, segundo eles, fortaleçam e desenvolvam a economia mundial. De acordo com o artigo de 2018, "The Climate Finance Partnership: Mobilizing Institutional Capital to Address the Climate Opportunity" (fonte), o AC identifica como a principal oportunidade de negócio global o desenvolvimento da chamada economia verde, em particular nas economias emergentes.
De acordo com o artigo acima citado, o principal problema com a promessa do El Esverdeado de gerar 65 milhões de empregos e mais de 28 biliões de dólares de rentabilidades é o facto de não haver dinheiro público suficiente para realizar a transformação económica que a economia neutra em carbono implica. Daí que o principal dilema dos agentes públicos tem sido como conseguir atrair capital privado suficiente. Diz o artigo que:
Ora, uma espécie de estado de emergência colectivo suspirando por uma economia 100% neutra em emissões de carbono viria mesmo a calhar, imagina-se. Mais ainda porque uma das fontes de investimento possível para realizar a oportunidade que o AC enuncia é precisamente desbloquear os mais de 100 biliões de dólares identificados pelo Banco Mundial como estando guardados em fundos privados de pensões... De facto, atente-se, é capaz de ser mesmo necessária uma profunda crença num estado de emergência existencial para se poder justificar o investimento das pensões Ocidentais em tecnologias que ainda não existem.
O objectivo então é canalizar triliões, quer públicos quer privados, para a economia verde, em particular nas economias emergentes, onde o retorno, espera-se, será garantidamente muito elevado. Uma oportunidade, é certo, mas uma oportunidade "condicionada" artificialmente. Porquê? Porque é completamente criada do zero, sem concorrência, por direcção inter-governamental e, mais importante, como veremos abaixo, desde já controlada e orientada pelos grandes poderes financeiros do mundo.
Senão vejamos.
Quem está já posicionado para a anunciada, e vendida como necessária, corrida à oportunidade representada pela nova economia verde de carbono zero são os principais agentes financeiros mundiais. Com o objectivo de estar na primeira linha para esta oportunidade de negócio está, desde logo, o Presidente francês Emmanuel Macron, tal como o governo alemão (fonte, ver fig.28). Mas nada ilustra mais a relevância que a oportunidade verde representa para a oligarquia financeira global como os nomes que compõem a Task Force multi-institucional criada para impulsionar este investimento na economia verde (fig.29, fonte). É esta Task Force que tem como missão impulsionar o desenvolvimento da economia verde através da angariação de investimento, bem como disseminar a importância de efectivar estes investimentos.
Desde aí, grosso modo, a posição que defende a limitação das emissões de carbono tem dominado de forma avassaladora o debate. Com milhões lançados por diversos agentes, incluindo governamentais, em investigação, um novo ramo da ciência se desenvolveu com elevada rentabilidade desde aí: milhares de artigos científicos são publicados, desde previsões mais ou menos catastróficas oferecidas por modelos matemáticos até às relações da sociologia ou da psicologia com o clima, de tudo um pouco se tem visto. Paralelamente, à medida que a noção das alterações climáticas se enraizou na consciência colectiva do mundo Ocidental, os próprios agentes políticos a incorporaram nos seus discursos, programas e medidas políticas.
No entanto, nos últimos meses uma alteração ocorreu. Repentinamente, começámos a ouvir falar, não das "alterações climáticas", mas sim da "emergência climática". Ora, esta súbita mudança gerou em mim uma certa perplexidade. Por um lado, é plausível que aqueles que acreditam que o planeta caminha a todo o vapor rumo ao abismo possam pensar que estamos num estado de emergência. No entanto, por outro lado, considerando que não ocorreu nenhum desastre natural que comprove a tese, que não foi publicado nenhum estudo particularmente relevante que configure um game changer, ou decider, nesta matéria, ou seja, que nada de extraordinário aconteceu que justifique esta repentina emergência, como é possível que súbita e repentinamente todos os principais agentes políticos e mediáticos, em uníssono, falem de uma emergência climática como um dado adquirido? É a esta questão que o presente artigo procura dar resposta.
Ao que parece a estória começa com uma pequena rapariga de quinze anos que na Suécia, em 2018, resolveu começar sozinha uma greve pelo clima. Greta Thunberg, filha de uma cantora de ópera conhecida por ter participado no Festival da Eurovisão e de um actor de segunda linha sueco, primeiro ficou conhecida na Suécia através de um livro publicado pela sua mãe a propósito da dificuldade emocional de uma família lidar com o Síndroma de Asperger, condição da qual, segundo o livro, Greta padece. No entanto, foi como anónima que saltou para a ribalta ao tornar-se viral na Internet quando um post no Twitter da We Don't Have Time publicou convenientemente em inglês uma fotografia de Greta, aí descrita como uma rapariga sueca - supostamente desconhecida, portanto - à porta do parlamento sueco em "greve pelo clima".
Fig.1
Pergunta o post, "o quão solitária se deverá sentir" aquela rapariga, aparentemente desconhecida, mas desde logo com o seu perfil público no Twitter "taggado" no próprio post.
A primeira pergunta que se coloca de imediato é até que ponto estava Greta de facto sozinha?
Primeiro, há desde logo a empresa We Don't Have Time. Fundada por Ingmar Rentzog, um colaborador de Al Gore no Climate Reality Organization Leaders (fonte), aposta na criação de uma plataforma tipo-Trip Advisor que pretende atribuir um rating ambiental para todo o tipo de negócios. De acordo com o próprio Rentzog, o objectivo da plataforma será colocar todos os prestadores de serviços sob o escrutínio ambiental - leia-se, pegada ecológica - em função do qual serão avaliados e, consoante esta avaliação seja positiva ou negativa, premiados ou penalizados. A ideia já captou milhões de investimento (fonte) e terá, naturalmente, tudo a ganhar com uma campanha de marketing bem sucedida que leve os jovens a conhecer o seu projecto, bem como mais investidores a reconhecer a relevância do mesmo (fig.2).
Acresce que o director de marketing da We Don't Have Time, Marten Thorslund (fonte) foi o principal responsável por tirar todas as fotos iniciais de Greta que apareceram, primeiro, nas redes sociais e, depois, nos media. Aliás, logo no dia 23 de Agosto, apenas três dias após o post original de Greta sozinha às portas do parlamento, o mesmo Marten Thorslund publica logo um artigo onde coloca novas fotografias e, apesar de apenas três dias terem decorrido desde o início da acção, relata que Greta granjeia já um elevado número de apoiantes que se juntaram à greve (fonte) (fig.3).
Fig.2
Fig.3
Mas há mais. Não só a aparição mediática de Greta parece ser orquestrada, como também o seu discurso nada tem de original, muito pelo contrário. Em 2016, Margaret Klein Salamon, uma psicóloga norte-americana doutorada em "psicologia do clima", publicou um ensaio baseado na sua investigação doutoral, intitulado Leading the Public Into Emergency Mode (LPE), em Português, 'Dirigindo o Público para Estado de Emergência' (PDF do documento em Inglês aqui).
Fig.4
Nesse ensaio, Salamon explica a razão pela qual é necessário ter uma abordagem psicológica para resolver a problemática das alterações climáticas. Segundo ela, o único evento histórico que apresenta semelhanças com as necessidades do momento presente foi a resposta dos EUA ao ataque a Pearl Harbour com a consequente entrada repentina na II Guerra Mundial, bem como o nível de mobilização de recursos a que a entrada na guerra obrigou. Segundo Salamon, a explicação para essa mobilização, prende-se com o facto do ataque a Pearl Harbour ter funcionado como um "interruptor" (LPE, p.14) que permitiu à nação entrar em "modo de colmeia" passando a sociedade, como um todo, a um estado mental de "um por todos e todos por um", estando todos a trabalhar para o bem do grupo e não olhando para os seus interesses individuais (LPE, p.14).
A este estado de simbiose colectiva chama Salamon "estado de emergência" e, de acordo com ela, é o estado a que os seres humanos acedem quando se deparam com emergências que obrigam a uma resposta rápida. Em particular, e relevante para o debate político, interessa aquilo a que Salamon chama de "emergências longas" (LPE, p.9), causadas por coisas como o cancro ou outros tipos de ameaças existenciais. A II Guerra Mundial foi precisamente um desses tipos de ameaça e, segundo Salamon, foi graças ao facto de o país ter entrado em modo de emergência longa que foi possível "aumentar impostos", suspender as corridas "Indy 500" ou "impor limites de velocidade" (LPE, p.17).
No fundo, o que se pretende, e como demonstra a fig.5, é colocar os indivíduos numa espécie de estado de alerta tão grande que, perante uma ameaça existencial, aceitem a necessidade de um governo hiper-dimensionado e ultra-interventivo que consiga coordenar, e forçar, esta enorme mobilização (LPE, p.35). Do mesmo modo, este modo de emergência não pode ser alcançado "de forma reflexiva" (LPE, p.20), ou seja, racionalmente, mas sim através da educação ou, talvez seja melhor dizer, do condicionamento psicológico.
Fig.5 (LPE, p.7)
Qual o objectivo que Salamon estabelece então? É o de criar as condições psicológicas necessárias para que a maioria da população percepcione um estado imediato de ameaça existencial que faça com que a população aceite em nome da salvação planetária um enorme esforço dirigido por um Estado que, chamando a si a direcção quase total da economia, guie a sociedade rumo a uma nova economia 100% neutra em termos de emissões de carbono. Espalhar o medo como forma de granjear apoio popular dificilmente será uma táctica nova, no entanto, considerando as ligações de Salamon na rede de ONG climáticas, bem como o gatilho que ela propõe para mobilizar a população, o ensaio torna-se particularmente relevante.
Qual é então esse gatilho psicológico que Salamon avança como forma de colocar o público em estado de emergência? Esse é estabelecido logo na primeira linha do seu ensaio: "imaginem que a vossa casa está a arder", começa ela, "o que é que vocês fazem?" (LPE, p.2). E depois explicita: de nada serve gritar que a casa está a arder e não oferecer uma solução (LPE, p.34). Há uma solução, e ela passa por entender, primeiro que há uma solução para esse fogo, mas, depois, essa solução só existe agora, e se agirmos já. (LPE, p. 35). Em suma, e foi precisamente a isso que Salamon se dedicou nos últimos anos, é preciso semear o pânico generalizado utilizando para esse efeito, por um lado, o argumento de que há uma emergência climática e popularizando a metáfora de que a nossa situação planetária é, ou deveria ser, exactamente a mesma que se a nossa casa estivesse a arder.
Entretanto, o leitor é capaz de ter reparado que esta narrativa da "casa está a arder" não lhe será completamente estranha. Ora, é que é esse precisamente o slogan de Greta Thunberg.
Fig.6
Fig.7
Fig.8
Fig.9
Fig.11
Fig.12
Ou seja, o slogan de Greta foi defendido em 2016 como o perfeito "gatilho" para colocar a população em modo de emergência para lidar com as alterações climáticas. Não é, portanto, fruto da acção inocente de uma solitária rapariga sueca. É, pelo contrário, consequência directa de uma campanha de marketing levada a cabo por uma empresa que directamente lucra com o negócio da economia verde, bem como decalcado de forma quase perfeita de um ensaio de psicologia que versa sobre a forma como se pode condicionar a população a aceitar um enorme sacrifício (impostos, carências, abdicações, etc.) e, supostamente, alterar por completo a economia industrial em apenas dez anos. Tudo isto, note-se, em nome de uma emergência que, na realidade, não existe para além da crença daqueles que acreditam nela. No fundo, Greta Thunberg representa o gatilho que permitiu a operacionalização da tese defendida por Salamon:"The climate movement must fully adopt the language of
immediate crisis and existential danger. We must talk about
climate change as threatening to cause the collapse of
civilization, killing billions of people, and causing the extinction
of millions of species. These horrific outcomes await us during
this century, possibly even in the first half of it if things truly slip
out of control. This is not a matter of “protecting the planet for
future generations” but protecting our own lives and those of the
people we care about. We are in danger now and in coming years
and decades. The climate crisis is, far and away, our top national
security threat, top public health threat, and top threat to the
global economy.
(...)
In order to lead people into emergency mode, and avoid panic
mode, it is critical that the emergency threat is paired with an
emergency solution.
Climate groups must match their emergency rhetoric with an
emergency advocacy. Suppose that someone told you, “Help!
The house is on fire! Can you please pour a glass of water on
it? One glass is all it needs!” You would be confused. If we are
really dealing with a house on fire, how could a solution be so
simple and easy? You would suspect that there was no crisis,
just exaggeration. Likewise, when the scale of the necessary
response to the climate crisis is minimized, it prevents people
from entering emergency mode. We need to “come out” as being
in emergency mode — climate “alarmists,” as horrified by the
crisis, and as ready to make major changes in our life and the
economy, for the duration of the emergency." (LPE, p.34, fig.16)
Mas a verdade é que Greta Thunberg não está sozinha.
Fig.17
Fig.18
Fig.19
Fig.20
Fig.21
Fig.22
Fig.23
Fig.24
Fig.25
Fig.26
Como um verdadeiro meme, o slogan faz o seu caminho, multiplicando-se em greves, manifestações e protestos internacionais. Nos EUA, directamente sob a batuta de levar a população para modo de emergência, e com a contribuição directa de Salamon, apareceram os Justice Democrats que tendo eleito, entre outros, Alexandra Ocasio-Cortez para o congresso dos Estados-Unidos, propuseram o Green New Deal, um programa que se estima que custe ao governo norte-americano mais de 70 biliões de dólares (NB: biliões europeus equivalem a triliões americanos, ou seja: milhões de milhões). Outros grupos que Salamon refere como parte da solução (LPE, p.38), são o Sunrise Movement, o Extinction Rebellion e, naturalmente, o próprio grupo que Salamon lidera em parceria com todos eles, The Climate Mobilization. Repare-se na fig.18 em quem é um dos responsáveis pelo corte de ruas na cidade de Lisboa na passada manifestação pelo clima: uma sucursal do Extinction Rebellion referido por Salamon no seu ensaio.
Fig.27
Aqui, parece-me, torna-se relevante analisar um documento lançado pelo Atlantic Council (AC)(sítio oficial), uma organização que visa encontrar oportunidades que, segundo eles, fortaleçam e desenvolvam a economia mundial. De acordo com o artigo de 2018, "The Climate Finance Partnership: Mobilizing Institutional Capital to Address the Climate Opportunity" (fonte), o AC identifica como a principal oportunidade de negócio global o desenvolvimento da chamada economia verde, em particular nas economias emergentes.
"But if the opportunities are so great, why isn’t capital flowing on its own? One answer is that it is flowing, just not fast enough. Another answer is that institutional capital is famously conservative and suffers from a planet-threatening case of high-carbon habitual behavior syndrome. In this explanation, it needs a swift nudge in order to “see the light” and expedite its shift toward the growing opportunities in more climate-friendly alternatives. Both answers are correct." (fonte, sublinhados meus)Ou seja, apesar das oportunidades serem grandes, falta apenas um "empurrão" psicológico, "swift nudge" - atente-se no termo "nudge" que parece estar em voga, outro exemplo na fig.30 abaixo mostra como o homem que lançou Greta explica exactamente da mesma forma como quer "empurrar" os utilizadores da sua plataforma para serem "activos" na defesa da noção de emergência climática (fonte). Empurrão para quê? Para que os investidores sintam a necessidade de investir naquilo que o AC identifica como a grande oportunidade do momento.
Ora, uma espécie de estado de emergência colectivo suspirando por uma economia 100% neutra em emissões de carbono viria mesmo a calhar, imagina-se. Mais ainda porque uma das fontes de investimento possível para realizar a oportunidade que o AC enuncia é precisamente desbloquear os mais de 100 biliões de dólares identificados pelo Banco Mundial como estando guardados em fundos privados de pensões... De facto, atente-se, é capaz de ser mesmo necessária uma profunda crença num estado de emergência existencial para se poder justificar o investimento das pensões Ocidentais em tecnologias que ainda não existem.
O objectivo então é canalizar triliões, quer públicos quer privados, para a economia verde, em particular nas economias emergentes, onde o retorno, espera-se, será garantidamente muito elevado. Uma oportunidade, é certo, mas uma oportunidade "condicionada" artificialmente. Porquê? Porque é completamente criada do zero, sem concorrência, por direcção inter-governamental e, mais importante, como veremos abaixo, desde já controlada e orientada pelos grandes poderes financeiros do mundo.
Senão vejamos.
Quem está já posicionado para a anunciada, e vendida como necessária, corrida à oportunidade representada pela nova economia verde de carbono zero são os principais agentes financeiros mundiais. Com o objectivo de estar na primeira linha para esta oportunidade de negócio está, desde logo, o Presidente francês Emmanuel Macron, tal como o governo alemão (fonte, ver fig.28). Mas nada ilustra mais a relevância que a oportunidade verde representa para a oligarquia financeira global como os nomes que compõem a Task Force multi-institucional criada para impulsionar este investimento na economia verde (fig.29, fonte). É esta Task Force que tem como missão impulsionar o desenvolvimento da economia verde através da angariação de investimento, bem como disseminar a importância de efectivar estes investimentos.
Fig.28
Fig.29
Em suma, existe uma estratégia entre os grandes actores da economia global para fazer um shift na economia mundial transformando-a rapidamente - ou, pelo menos, com esse intuito declarado - numa economia de baixa emissão de carbono. Para que essa mudança ocorra é necessária uma combinação entre (muito) investimento público e (mais ainda) privado. E para que esse investimento apareça é necessário que os investidores - pensionistas e contribuintes, leia-se - vejam "a luz" e ganhem coragem para assumir o risco de investir, ou de anuir a investimentos feitos institucionalmente em seu nome, num mercado emergente e em tecnologia que ainda não existe. Na linha da frente, e a incentivar o processo, como se pode verificar na fig.29, estão os maiores jogadores da finança mundial, desde a JPMorgan à Fundação Rockefeller, desde a Allianz ao Rabobank, ou do Banco Mundial ao Credit Suisse e o Carlyle Group.
Deste modo, compreende-se que a economia verde - para além daquelas empresas que já estão posicionadas no mercado e que lucram directamente milhões do negócio verde já hoje -, não representa apenas um negócio de triliões, mas acima de tudo, uma oportunidade que, apesar de para se materializar depender de uma vontade popular e privada que se assume que ainda não existe, quando ocorrer, dará aos grandes players económicos já devidamente posicionados a garantia de fazerem biliões.
Ou seja, ao contrário da normalidade de uma economia de mercado onde a inovação perturba o mercado e aí concorre pelo sucesso, aquilo a que assistimos aqui são os representantes do status quo a querer atrair o capital que ainda não controlam para artificialmente gerarem eles próprios ex-nihilo todo um novo mercado que substituirá o coração da economia actual. Um mercado, repare-se, que, salvo a suposta emergência climática, seria tanto mais saudável, bem como inovador, quanto mais livre ele fosse para que todos pudessem criar e concorrer. No entanto, assim não será porque, ao ser controlado e planeado de raiz, a concorrência será sempre aquela que os planeadores iniciais decidirem que será. E tudo isto baseado numa prometida inovação que literalmente, assim afirmam eles, salvará o mundo. Não está nada mal visto, de facto.
Assim se vê como, uma histeria mundial sobre uma imaginada emergência climática apocalíptica, e uma visão da economia verde como a salvação prometida, vêm mesmo a calhar.
Ou seja, ao contrário da normalidade de uma economia de mercado onde a inovação perturba o mercado e aí concorre pelo sucesso, aquilo a que assistimos aqui são os representantes do status quo a querer atrair o capital que ainda não controlam para artificialmente gerarem eles próprios ex-nihilo todo um novo mercado que substituirá o coração da economia actual. Um mercado, repare-se, que, salvo a suposta emergência climática, seria tanto mais saudável, bem como inovador, quanto mais livre ele fosse para que todos pudessem criar e concorrer. No entanto, assim não será porque, ao ser controlado e planeado de raiz, a concorrência será sempre aquela que os planeadores iniciais decidirem que será. E tudo isto baseado numa prometida inovação que literalmente, assim afirmam eles, salvará o mundo. Não está nada mal visto, de facto.
Assim se vê como, uma histeria mundial sobre uma imaginada emergência climática apocalíptica, e uma visão da economia verde como a salvação prometida, vêm mesmo a calhar.
Vemos, então, finalizada a célebre trilogia quem, como e porquê que permite resolver qualquer crime num policial de terceira categoria, no caso, esta súbita e global propaganda a uma alegada "emergência" climática. O 'porquê', é o de sempre: dinheiro, muito dinheiro. O 'como', é uma campanha orquestrada com o intuito de manipular psicologicamente uma grande parte da população, em particular os jovens. O 'quem', serão todos os interessados em que seja possível acelerar a propalada revolução verde por forma a ganharem biliões de dólares.
Atente-se que não estou a argumentar a favor da existência de uma qualquer conspiração sinistra por parte de obscuros poderes que, na penumbra dos bastidores, manipulam toda a opinião pública. Não. Aliás, tanto assim não é que toda esta informação está disponível na internet e é assumida com naturalidade pelos seus responsáveis. Muitas vezes com convicção, porventura até sincera, de que estão a realizar coisas boas.
Pelo contrário, aquilo que eu procuro apontar é que a ideia popular de que, no que concerne ao debate climático, temos um número quase desprezável de pessoas a soldo da poderosa indústria dos combustíveis fósseis e do outro lado um conjunto maioritário, quase unânime, e bem-intencionado de do-gooders em que os seus patrocinadores nada têm a ganhar com a questão, é uma ilusão. Muito pelo contrário, os grandes poderosos da finança e economia mundial já estão posicionados na economia verde e têm todo o interesse em que ela seja posta em prática, ainda para mais se, e quando, alavancada em investimento público e capital garantido por pensões privadas, com todas as vantagens que se tem quando se está a trabalhar em conjunto com os poderes públicos (as PPP portuguesas serão um bom exemplo) que regulam, controlam e, por isso, garantem mercados e afugentam concorrência.
Atente-se que não estou a argumentar a favor da existência de uma qualquer conspiração sinistra por parte de obscuros poderes que, na penumbra dos bastidores, manipulam toda a opinião pública. Não. Aliás, tanto assim não é que toda esta informação está disponível na internet e é assumida com naturalidade pelos seus responsáveis. Muitas vezes com convicção, porventura até sincera, de que estão a realizar coisas boas.
Pelo contrário, aquilo que eu procuro apontar é que a ideia popular de que, no que concerne ao debate climático, temos um número quase desprezável de pessoas a soldo da poderosa indústria dos combustíveis fósseis e do outro lado um conjunto maioritário, quase unânime, e bem-intencionado de do-gooders em que os seus patrocinadores nada têm a ganhar com a questão, é uma ilusão. Muito pelo contrário, os grandes poderosos da finança e economia mundial já estão posicionados na economia verde e têm todo o interesse em que ela seja posta em prática, ainda para mais se, e quando, alavancada em investimento público e capital garantido por pensões privadas, com todas as vantagens que se tem quando se está a trabalhar em conjunto com os poderes públicos (as PPP portuguesas serão um bom exemplo) que regulam, controlam e, por isso, garantem mercados e afugentam concorrência.
Entretanto, na verdade, a situação climática continua exactamente como estava. Mas, à luz da quantidade de meios - quer económicos quer mediáticos - colocados ao dispor desta enorme operação de marketing, não apenas somos levados a reconhecer a dimensão da propaganda nos media e nas redes sociais, bem como a fragilidade do espaço público a essa mesma propaganda, mas também, pelo menos no meu caso, sou igualmente forçado a optar pelo cepticismo no que concerne a tudo aquilo que é tido como "verdade" pelos mesmos órgãos que assumiram com tanta candura a "verdade" propalada por Greta Thunberg e os seus "assistentes". Como leigo que sou, quedo-me céptico para qualquer dos lados, pois que a minha boa-vontade se evaporou queimada no altar da manipulação e da propaganda.
Voltando a Salamon, um dos seus argumentos morais para justificar a manipulação psicológica de larga escala que propõe é precisamente que as alterações climáticas "são verdade" (LPE, p.2). Esta noção de que algo é em si mesmo verdadeiro apresenta desde logo o perigo que o fundamentalismo traz para a democracia e para a liberdade: Salamon está disposta a causar o pânico generalizado porque está convencida que uma coisa é absoluta e indiscutivelmente verdadeira. No entanto, e tal como tentei explicar no meu artigo anterior (aqui), a verdade completa e definitiva é algo que, por definição, a ciência nunca é capaz de oferecer. Salamon, no entanto, justifica deste modo a sua "verdade":
"The climate crisis is an unprecedented emergency. It is the
United States’ top national security threat, public health threat,
and moral emergency. Humanity is careening towards the deaths
of billions of people, millions of species, and the collapse of
organized civilization. States under severe climate stress, such
as Syria, are already starting to fail, bringing chaos, violence,
and misery to the region. The world order itself is crumbling,
in significant part due to climatic and resource pressures. The
climate crisis acts as a “threat multiplier” making not only
severe storms, but also war, nuclear exchange, and epidemics
more likely. Britain is leaving the European Union, and America’s
political system, undermined for decades by corruption and bad
faith, is in dire peril.", (LPE, pp. 2-3)
Atente-se que, para Salamon, não há um único estudo citado, uma monografia, um livro. Nada. Apenas a convicção de que tudo o que acontece de mal no mundo, desde a guerra na Síria à desordem mundial, ou desde um pretenso desequilíbrio no sistema político americano até ao Brexit, tudo é causado pelas "alterações climáticas" que, por fim, num prazo de décadas, serão responsáveis finalmente pelo "colapso da civilização organizada". Ou seja, um grande vazio que não diverge muito da narrativa que uma rapariga de quinze anos - agora dezasseis - como Greta foi e é capaz de articular.
Salamon parte do seu dogma que a emergência climática existe para justificar o querer colocar todo o mundo em modo de emergência. No entanto, esse dogma é também ele claramente exagerado na media tradicional. Por um lado, temos diversos e acreditados investigadores climatólogos que contestam sequer que haja interferência humana significativa com a temperatura da Terra (ex) ou que, pelo menos, a existir, estará muito mais dependente de uma grande variedade de factores dos quais as emissões de CO2 são apenas uma parte, inclusive pouco significativa (ex). Há ainda uma corrente que reconhece o aquecimento global como um problema, mas que rejeita o alarmismo porque todos os dados até ao momento demonstram que, apesar do aquecimento, as consequências desse aquecimento previstas não se verificam, pelo contrário, em muitos casos até manifestam melhorias (fonte).
Ou seja, não apenas se demonstra que o estado de emergência mediática a propósito do clima é artificial e fruto de manipulação como, também, que não há dados suficientes que, no mínimo, justifiquem qualquer emergência climática.
Ao mesmo tempo, e curiosamente, novos problemas apareceram. Um deles, por exemplo, foi a descoberta que o gás utilizado nos motores dos moinhos eólicos é igualmente nocivo para o ambiente, aliás, pior ainda do que o CO2 - um elemento natural vital para a vida na Terra que permite a foto-síntese das plantas - porque, sendo artificial, perdura perpetuamente na atmosfera e, pior, contribui igualmente para o aquecimento global (fonte). Ou seja, é bem possível que os moinhos eólicos causem mais mal do que bem, mesmo que tal problema não esteja minimamente na agenda mediática que se manifesta pelo clima.
Do mesmo modo, convém perguntar como é possível que se espere que países do norte da Europa consigam, isto ao mesmo tempo que recusam os combustíveis fósseis, também terminar com a energia nuclear (fonte). Se é bem verdade que não há uma "emergência climática", não deixará também de ser verdade que haverá seguramente uma "emergência energética" se estivermos à espera que o norte da Europa seja alimentado energeticamente a painéis solares e moinhos de vento (isto se estes não tiverem que ser abandonados também). Aliás, note-se que a energia nuclear representa uma tecnologia segura (desde que não localizada em locais de perigo sísmico como o Japão), com zero emissões de CO2 e uma capacidade ilimitada de criação de energia eléctrica para abastecer continentes inteiros, ainda para mais por uma fracção do investimento que se calcula que a tecnologia ainda inexistente verde venha a custar.
A ser verdade a "emergência climática", não seria melhor então aproveitarmos uma tecnologia já existente e com emissões zero do que estarmos a mudar toda a economia mundial com base numa promessa de que a economia verde poderia salvar o planeta? Não faz sequer sentido. Se o planeta precisasse de facto de ser salvo já, a energia nuclear resolveria o problema no imediato, e com garantias de consistir numa fonte energética estável (ao contrário do vento e do sol), limpa, sustentável e com emissões zero. Mas na agenda alarmista dos activistas climáticos não se fala da opção mais fácil e barata, e com muito mais garantias, do nuclear. Por que será? Talvez, quiçá, porque uma aposta no nuclear, apesar de resolver a questão das emissões de carbono, não serviria o propósito dos que estão apostados a fazer biliões com a nova economia verde.
Salamon parte do seu dogma que a emergência climática existe para justificar o querer colocar todo o mundo em modo de emergência. No entanto, esse dogma é também ele claramente exagerado na media tradicional. Por um lado, temos diversos e acreditados investigadores climatólogos que contestam sequer que haja interferência humana significativa com a temperatura da Terra (ex) ou que, pelo menos, a existir, estará muito mais dependente de uma grande variedade de factores dos quais as emissões de CO2 são apenas uma parte, inclusive pouco significativa (ex). Há ainda uma corrente que reconhece o aquecimento global como um problema, mas que rejeita o alarmismo porque todos os dados até ao momento demonstram que, apesar do aquecimento, as consequências desse aquecimento previstas não se verificam, pelo contrário, em muitos casos até manifestam melhorias (fonte).
Ou seja, não apenas se demonstra que o estado de emergência mediática a propósito do clima é artificial e fruto de manipulação como, também, que não há dados suficientes que, no mínimo, justifiquem qualquer emergência climática.
Ao mesmo tempo, e curiosamente, novos problemas apareceram. Um deles, por exemplo, foi a descoberta que o gás utilizado nos motores dos moinhos eólicos é igualmente nocivo para o ambiente, aliás, pior ainda do que o CO2 - um elemento natural vital para a vida na Terra que permite a foto-síntese das plantas - porque, sendo artificial, perdura perpetuamente na atmosfera e, pior, contribui igualmente para o aquecimento global (fonte). Ou seja, é bem possível que os moinhos eólicos causem mais mal do que bem, mesmo que tal problema não esteja minimamente na agenda mediática que se manifesta pelo clima.
Do mesmo modo, convém perguntar como é possível que se espere que países do norte da Europa consigam, isto ao mesmo tempo que recusam os combustíveis fósseis, também terminar com a energia nuclear (fonte). Se é bem verdade que não há uma "emergência climática", não deixará também de ser verdade que haverá seguramente uma "emergência energética" se estivermos à espera que o norte da Europa seja alimentado energeticamente a painéis solares e moinhos de vento (isto se estes não tiverem que ser abandonados também). Aliás, note-se que a energia nuclear representa uma tecnologia segura (desde que não localizada em locais de perigo sísmico como o Japão), com zero emissões de CO2 e uma capacidade ilimitada de criação de energia eléctrica para abastecer continentes inteiros, ainda para mais por uma fracção do investimento que se calcula que a tecnologia ainda inexistente verde venha a custar.
A ser verdade a "emergência climática", não seria melhor então aproveitarmos uma tecnologia já existente e com emissões zero do que estarmos a mudar toda a economia mundial com base numa promessa de que a economia verde poderia salvar o planeta? Não faz sequer sentido. Se o planeta precisasse de facto de ser salvo já, a energia nuclear resolveria o problema no imediato, e com garantias de consistir numa fonte energética estável (ao contrário do vento e do sol), limpa, sustentável e com emissões zero. Mas na agenda alarmista dos activistas climáticos não se fala da opção mais fácil e barata, e com muito mais garantias, do nuclear. Por que será? Talvez, quiçá, porque uma aposta no nuclear, apesar de resolver a questão das emissões de carbono, não serviria o propósito dos que estão apostados a fazer biliões com a nova economia verde.
Assim, no mínimo, podemos concluir duas coisas: primeiro, que a "emergência climática" é uma criação marketista de laboratório financiada por muitos milhões e, segundo, que, da mesma forma como olhamos com cepticismo e desconfiança para todos os estudos sobre clima que alegadamente servem os propósitos da indústria dos combustíveis fósseis, também devemos passar a olhar com profunda desconfiança para todos aqueles outros estudos que beneficiam directamente a indústria verde. Em particular, se forem financiados directamente por esta, ou por quem dela espera vir a beneficiar.
A verdade é que existe uma enorme concentração de esforços por parte dos donos da finança global para que essa aposta na economia verde seja feita. Mais Estado, muito mais impostos, realizada através do investimento das nossas reformas, numa espécie de plano quinquenal inter-governamental.
Aquilo que é proposto, quer por parte dos poderosos agentes económicos quer pelos activistas da "emergência climática", é que em nome de um dogma tudo menos fundamentado abdiquemos todos da nossa liberdade e do nosso nível de vida. Para quê?, pergunto eu, quando a solução mais fiável, barata e com mais garantias para resolver este alegado problema já existe e nem sequer entra na discussão.
Não, não há qualquer emergência climática. Há é manipulação, propaganda e; como sempre, os donos disto tudo a tratarem de si às custas dos incautos que tomam como verdade aquilo que vêem no Telejornal. Muita cautela e muito cepticismo é do que se precisa.
A verdade é que existe uma enorme concentração de esforços por parte dos donos da finança global para que essa aposta na economia verde seja feita. Mais Estado, muito mais impostos, realizada através do investimento das nossas reformas, numa espécie de plano quinquenal inter-governamental.
Aquilo que é proposto, quer por parte dos poderosos agentes económicos quer pelos activistas da "emergência climática", é que em nome de um dogma tudo menos fundamentado abdiquemos todos da nossa liberdade e do nosso nível de vida. Para quê?, pergunto eu, quando a solução mais fiável, barata e com mais garantias para resolver este alegado problema já existe e nem sequer entra na discussão.
Não, não há qualquer emergência climática. Há é manipulação, propaganda e; como sempre, os donos disto tudo a tratarem de si às custas dos incautos que tomam como verdade aquilo que vêem no Telejornal. Muita cautela e muito cepticismo é do que se precisa.
Comentários
Enviar um comentário